Uma figura espetacular, dotada de uma bagagem cultural e inteligência incomum. Sua casa era um reduto que exalava liberdade e respeito ao ser humano, independente de credo, raça, posicionamento social, etc... Uma de suas frases que, aliás, era retratada fielmente em sua vida e consequentemente na de seus familiares: “todos são iguais.” A casa de “Jucão,” como era popularmente conhecido, estava sempre com as portas abertas para receber com a mesma hospitalidade os humildes, os excluídos por qualquer discriminação e os poderosos. Visitantes ilustres dentro do contexto nacional estiveram em sua residência: Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek de Oliveira, Tancredo Neves, Adhemar de Barros, Porfirio da Paz e outros.
A título de curiosidade, sempre na ocasião da ceia de natal, Marciliano tinha um hábito que o acompanhou durante muitos anos de sua vida. Depois de arrumada a mesa com todas as iguarias natalinas, ele separava um pouco de cada item, acondicionava numa cesta, o qual levava para os encarregados na cadeia local.
Com muita justiça, ostentou o título de “Alma Poética De Limeira”.
Quanto ao exercício da advocacia, tratava-se de um profissional, que aliava competência a uma bagagem cultural que traduzia, incutindo nos processos sua grande aliada, “A Poesia”. Publicou um livro de poemas intitulado “Quando O Coração Floresce”. Nunca perdeu um jure se quer, fechando-os invariavelmente com tiradas e versos espetaculares.
Nasceu em Santa Rita do Passa Quatro em 29 de Janeiro de 1902, onde iniciou seus estudos no colégio Silva Lima. Professor, Jornalista, Político, Advogado e principalmente um grande poeta. Sua vida escolar teve continuidade em Campinas no Liceu Salesiano, tornou-se perito contador pela Escola de Comércio Álvares Penteado de São Paulo, formou-se também em direito aos sessenta anos de idade pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC). Lecionou no saudoso “Ginásio Municipal de Limeira” e no colégio Santo Antônio. Foi prefeito por cinco vezes em Limeira.
Foi no dia 19 de Outubro de 1973 que, José Marciliano, o chamado advogado dos pobres, faleceu. A causa da sua morte foi um infarto iniciado ao final de uma audiência, onde começou a sentir as dores, mas aguentou até que seu cliente fosse absolvido, então encerrou a sessão com uma bela poesia e seguiu para o hospital em São Paulo, Cidade que acontecia o julgamento. E foi desta maneira que “Jucão” partiu, deixando para quem o conhecia, o perfil de um homem honesto e generoso com todos, independentes de sua posição social.
Este depoimento foi dado por sua filha caçula, Maria Silvia, durante uma entrevista com os alunos, na aula de Eletiva, “Vamos Contar Uma história” das professoras Dejanira Ap. Pantano de Godoy e Luciane Peixoto Becker, com o propósito de resgatar a memória da Escola e de seu Patrono.
Abaixo segue quatro fotos do Profº José Marciliano:
Parabéns.
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